Índices de registos paroquiais de Campelo, Baião

Num cantinho do distrito do Porto, junto aos limites dos distritos de Vila Real e Viseu, temos um dos concelhos que toca no meu coração. E falo de um concelho de Portugal bem verde e vistoso, banhado ao sul pelas águas do Rio Douro. Um concelho de encantadoras paisagens, atravessado por rios claros, montanhas e serras em que o ar tem outro "sabor". Refiro-me a Baião.

E foi neste concelho que nasceu o meu avô, na freguesia de Campelo, de quem herdei o nome de família Freitas. A minha bisavó também era natural da mesma freguesia mas as gerações anteriores eram advindas de Soalhães, a freguesia logo ao lado, já no concelho de Marco de Canaveses. E nesta aventura de pesquisar a história da minha família criei índices dos registos paroquiais da freguesia de Campelo que pretendo partilhar aqui no blog durante o próximo mês de Dezembro. 

Os índices remissivos que agora partilho abarcam batismos, casamentos e óbitos realizados entre 1860 e 1900. São 41 anos da vida desta freguesia que se traduz num total de 4,162 registos. 

A última vez que visitei Baião já foi nos anos 90. Mas ao rever agora os índices que fiz há tanto tempo atrás parece que viajei de novo. Lembrei-me de sítios que vi e pessoas que conheci. Notei que Campelo tinha a qualidade de atrair pessoas de outras freguesias à volta, e até de outros distritos mais distantes. Parece-me ser inevitável que pessoas das freguesias de Ovil, Valadares, Gove e Soalhães fixassem residência em Campelo. Afinal são freguesias pegadas. Veja o mapa que partilho abaixo. 

Porém, os paroquiais revelam um movimento constante de pessoas das outras freguesias do concelho de Baião. E aparecem também com uma certa abundancia várias pessoas naturais das freguesias dos concelhos mais próximos a Campelo, ou seja, Amarante e Marco de Canaveses, e ainda pessoas naturais dos distritos de Viseu e Vila Real, também não muito distantes, como pode ver no mapa acima. E ainda da cidade do Porto em si.

Nesse mesmo período de tempo, temos ainda algumas pessoas que vieram de distritos mais afastados, como Braga, Viana do Castelo, Guarda, Aveiro e curiosamente Bragança, Coimbra (de filiação inglesa), Lisboa, Santarém e até mesmo Faro e Espanha. E não posso deixar de mencionar que surge ainda  uma senhora natural do Rio de Janeiro, Brasil. 

No fim das contas, a revisão dos índices para publicação tornou-se numa "viagem" curiosa. E uma das "curiosidades" que me ficou na memória foi duas crianças nascerem na cadeia de Campelo porque as suas mães aí estavam encarceradas. Outra é a quantidade de crianças que foram reconhecidas quando os pais se casaram, algumas já com 14, 11, 10 anos de idade, informação esta que anotei nos índices.

É de notar que a grafia dos nomes foi atualizada para facilitar a pesquisa. Nomes como Anna e Joanna estão indexados como Ana e Joana, Manoel como Manuel, Thome e Pulcheria como Tomé e Pulqueria, Jezuz como Jesus. Bellosa passou a Velosa, por exemplo. Torquato foi indexado como Torcato. E Herena passou a Irene. 

Para aceder aos índices pode usar a etiqueta Campelo neste post. As publicações também são visíveis através do menu principal. E há ainda o motor de busca, onde pode colocar o nome que lhe interessa pesquisar. Desejos de boas pesquisas se tem alguém desta freguesia. E se não tem, boas pesquisas também.