"O meu avô era fotógrafo?"

Não posso deixar de mencionar o artigo no Público de autoria de Sérgio Gomes, de 27 de Novembro de 2016, O quê? O meu avô era fotógrafo? . Este artigo expõe um mistério e esclarece a autoria do Fundo Antigo, um conjunto de fotografias que em 1942 deu origem a um dos mais importantes espólios à guarda do Arquivo Municipal Fotográfico de Lisboa.

Como o bisneto de um dos autores desse fundo afirma, “Vê-se o amor que eles tinham por aquilo que estavam a fazer" (Fernando Sousa, bisneto de José Candido), o que se descobriu depois da pesquisa de documentos históricos. 

Partilho então aqui uma pequena parte do artigo que demonstra como a pesquisa de ancestrais nos liga uns aos outros e dá lugar a ver o mundo de outra forma:

"Nenhum dos descendestes dos autores tinha a mais pequena ideia deste trabalho dos seus antepassados e foi com espanto que receberam a novidade. O encenador e actor Carlos Avilez, neto de Arthur Júlio, com quem viveu até aos 12 anos, diz que se falava publicamente do avô “por várias outras coisas”, nomeadamente por compositor de operetas, peças teatrais e de revista. Mas este seu trabalho como fotógrafo era-lhe desconhecido. “Ele nunca referiu isto comigo. É extraordinário. Era uma pessoa de uma grande simplicidade e sensibilidade, de enorme valor, mas não se elogiava a si próprio. Quando me contaram fiquei surpreendido”, afirma Avilez ao PÚBLICO, que não teve dúvidas quando lhe pediram para identificar o seu avô em duas fotografias do Fundo Antigo onde posa (provavelmente) para o seu parceiro, José Candido. “A documentação que o Arquivo reuniu sobre ele é de uma pesquisa extraordinária. Batia tudo certo.” “Quero ir mais vezes à exposição. Ali encontro o meu avô. Estou a olhar para o mundo dele.”