Explorar os diferentes tipos de fontes na genealogia


A pesquisa genealógica é uma viagem fascinante através do tempo, permitindo-nos descobrir as histórias e origens das nossas famílias. No entanto, para garantir que a narrativa familiar é precisa e bem documentada, é essencial compreender e utilizar diferentes tipos de fontes: primárias e secundárias. Neste artigo, exploraremos cada um destes tipos de fontes, ilustrando com exemplos de registos.
Fontes Primárias: o alicerce da pesquisa genealógica

As fontes primárias são os registos criados no momento em que um evento ocorreu ou muito próximo da data do evento. Este tipo de fontes são grandemente valorizadas na genealogia pela sua autenticidade, visto que são criados na altura do evento e não passam pelo "filtro" de interpretação, resumo ou memória de alguém. Estes documentos são fundamentais para elaborar uma história da família robusta.

Alguns exemplos de fontes primárias:

1) Registos de Nascimento, Casamento e Óbito: estes documentos oficiais, emitidos por entidades civis, fornecem informações cruciais como datas, locais e nomes dos envolvidos. Um registo de nascimento, por exemplo, pode revelar além da data e o local de nascimento do indivíduo, o nome completo dos pais, idade, profissão, estado civil, naturalidade e filiação. Mas cada um dele é realizado pouco depois do evento (nascimento e óbito) ou durante o evento em si (casamento).

2) Registos de Batismo, Casamento Religioso, e Óbito: comumente conhecidos como registos paroquiais, estes registos são valiosos por incluírem informações sobre diferentes membros da família, ou seja, dos pais, avós, padrinhos, etc. Todos estes registos, também conhecidos como assentos, são criados aquando do evento ou pouco depois.

3) Testamentos e Inventários Judiciais (conhecidos até 1997 como Inventários Orfanológicos, Facultativos, de Ausentes, de Interditos): Estes documentos não só detalham a distribuição de bens de uma pessoa falecida como também revelam relações familiares e o contexto socio-económico da época.

4) Crismas e Rol de Confessados: oferecem uma visão das famílias, incluíndo os nomes dos familiares e os seus locais de residência.

5) Diários, cartas, entrevistas: quando estas fontes foram criadas aquando da data do evento ou muito perto disso. 

6) Videos: para quem tem a sorte de os ter...

7) Autobiografias: texto escrito na primeira pessoa e relata a sua própria vida.

8) Artigos de jornal ou revista que são relatos de eventos publicados na altura que os eventos em questão aconteceram.
Fontes Secundárias: o atalho ou o complemento

As fontes secundárias no fundo são interpretações, análises ou compilações de informações provenientes de fontes primárias. Embora não sejam tão confiáveis quanto as fontes primárias uma vez que são fruto da apreciação e compreensão de terceiros, ainda podem ser extremamente úteis para fornecer um contexto histórico e conectar informações dispersas, ou até mesmo facilitar encontrar as fontes primárias.

1) Livros sobre a história local: estes livros frequentemente contêm resumos e análises de eventos, e por vezes até genealogias locais, com base em documentos históricos, histórias orais, etc.

2) Genealogias publicadas: compilações de árvores genealógicas que integram dados de diversas fontes primárias e secundárias. Embora sejam recursos valiosos, é essencial verificar o rigor das informações difundidas com as fontes primárias disponíveis.

3) Artigos de pesquisa e Monografias: textos que discutem e analisam eventos históricos, famílias,  locais e tópicos relacionados a esses eventos, famílias e locais, frequentemente contextualizando as descobertas numa perspectiva mais alargada. 

4) Índices de registos: organizados por nomes, por datas ou locais, estes índices ajudam a localizar rapidamente os registos originais nos respectivos arquivos.

5) Transcrições de registos: reproduções dos livros de registos, que tornam mais fácil o acesso a informações detalhadas sem a necessidade de consultar os documentos originais. 

6) Extractos de registos: resumo do conteúdo dos registos, mas indicando somente a informação principal. É habitual, por exemplo, os sites de genealogia oferecerem um extracto do registo quando o registo em causa já foi indexado.


Em qualquer investigação genealógica, é essencial utilizar uma combinação de fontes primárias e  secundárias para construir uma narrativa completa e precisa. A verificação cruzada de informações entre as diferentes fontes ajuda a assegurar a veracidade dos dados e a corrigir possíveis erros. Desta forma, cada genealogista pode criar uma história familiar rica e fundamentada, preservando o legado e a memória das gerações passadas.



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