Uma fonte de pesquisa disponível em Portugal pouco conhecida (por enquanto) são os processos de 'Habilitação de Genere, Vita et Moribus', também chamados de 'Inquirição de Genere'. E o que é isto?
Trata-se de processos eclesiásticos para habilitação canónica, ou seja, por quem pretendia ser sacerdote ou intencionava progredir em termos de carreira eclesiastica, que servia para comprovar três aspectos da vida deste. Quais?
- 'Genere', significa 'ascendencia' e por conseguinte, eram feitas diligencias para verificar a 'pureza de sangue' do suplicante.
- 'Vita', no sentido de vida. Eram feitas diligencias para averiguar o modo de vida do requerente.
- 'Moribus', a palavra em latim para comportamento e costumes. Ou seja, eram também feitas diligencias para investigar a 'pureza moral' e integridade da pessoa em questão e dos seus familiares.
Este processo tornou-se um mecanismo oficial e exigido para a aceitação de ordens, oficios ou honrarias, e principalmente para obedecer ao breve do Papa Xisto V, Dudum charissimi in Christo, em 1588, que proibía o provimento do benefício a pessoas com ascendência de cristãos novos, dificultando assim a entrada a cargos eclesiasticos de indivíduos de “sangue infecto”. Muito mais tarde, em 1779, o provimento do beneficio começou a ser dado aos cristão novos e outros que comprovassem o seu bom comportamento, por conta do breve Dominus ac Redemptor noster, do Papa Pio VI.
Mas então como é que isto ajuda a encontrar os dados de familiares?
Este sistema de verificar a pureza de sangue e da moral para aceder cargos eclesiasticos pode parecer de pouco valor por estar afastado da realidade dos nossos dias. No entanto, para verificar a legitimidade do requerente (ou para usar o termo que aparece nos documentos, suplicante), este tinha que, junto com a petição dirigida ao Bispo da sua diocese, declarar a sua ascendencia. Desta forma, ao consultar estes processos temos acesso aos nomes dos pais e naturalidade e, do mesmo modo, aos nomes e naturalidade dos avós paternos e maternos, muitas vezes incluindo a mesma informação dos bisavós. Ou seja, 3 a 4 gerações! As informações tinham que ser confirmadas e por isso os processos incluem certidões e declarações de testemunhas entre outros documentos muito interessantes.
Assim sendo, o processo de habilitação de genere acaba por tornar-se uma mais valia para quem não consegue encontrar o fio à meada e pode assim desenlaçar a confusão e avançar na pesquisa genealógica.
Trata-se de processos eclesiásticos para habilitação canónica, ou seja, por quem pretendia ser sacerdote ou intencionava progredir em termos de carreira eclesiastica, que servia para comprovar três aspectos da vida deste. Quais?
- 'Genere', significa 'ascendencia' e por conseguinte, eram feitas diligencias para verificar a 'pureza de sangue' do suplicante.
- 'Vita', no sentido de vida. Eram feitas diligencias para averiguar o modo de vida do requerente.
- 'Moribus', a palavra em latim para comportamento e costumes. Ou seja, eram também feitas diligencias para investigar a 'pureza moral' e integridade da pessoa em questão e dos seus familiares.
Este processo tornou-se um mecanismo oficial e exigido para a aceitação de ordens, oficios ou honrarias, e principalmente para obedecer ao breve do Papa Xisto V, Dudum charissimi in Christo, em 1588, que proibía o provimento do benefício a pessoas com ascendência de cristãos novos, dificultando assim a entrada a cargos eclesiasticos de indivíduos de “sangue infecto”. Muito mais tarde, em 1779, o provimento do beneficio começou a ser dado aos cristão novos e outros que comprovassem o seu bom comportamento, por conta do breve Dominus ac Redemptor noster, do Papa Pio VI.
Mas então como é que isto ajuda a encontrar os dados de familiares?
Este sistema de verificar a pureza de sangue e da moral para aceder cargos eclesiasticos pode parecer de pouco valor por estar afastado da realidade dos nossos dias. No entanto, para verificar a legitimidade do requerente (ou para usar o termo que aparece nos documentos, suplicante), este tinha que, junto com a petição dirigida ao Bispo da sua diocese, declarar a sua ascendencia. Desta forma, ao consultar estes processos temos acesso aos nomes dos pais e naturalidade e, do mesmo modo, aos nomes e naturalidade dos avós paternos e maternos, muitas vezes incluindo a mesma informação dos bisavós. Ou seja, 3 a 4 gerações! As informações tinham que ser confirmadas e por isso os processos incluem certidões e declarações de testemunhas entre outros documentos muito interessantes.
Assim sendo, o processo de habilitação de genere acaba por tornar-se uma mais valia para quem não consegue encontrar o fio à meada e pode assim desenlaçar a confusão e avançar na pesquisa genealógica.
Agora entendi. Obg Gloria SP x
ResponderEliminarMuito bem explicado. Um grande bem haja.
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