Falta de registos paroquiais

De vez em quando, ao pesquisar a história da família, encontramo-nos perdidos. Ás vezes não sabemos onde estão os registos que precisámos. Outras vezes, por mais que se leia livros atrás de livros, aqueles antepassados que procuramos simplesmente não aparecem. Mas, ás vezes, existem razões de força maior para andarmos à deriva. Encontrei algo interessante que esclarece a falta de registos na cidade do Porto no inicio da década de 1830 e que precisa de ser partilhado.

Quando acontecem guerras, por exemplo, ou revoltas e invasões é fácil de entender que criar registos paroquiais não deve ter sido essencial. Sobreviver passou a ser mais importante. Durante o Cerco do Porto, por exemplo, com bombardeamentos e incendios e ataques repetidos das tropas inimigas durante 13 meses, não deve ter sido fácil guardar e proteger os livros paroquiais. E quando se descobriu que faltavam registos foi preciso encontrar soluções, como aconteceu neste caso, tornar a criar o registo em falta.

No livro de batismos de Ramalde em 1858 aparece a seguinte justificação, que transcrevo abaixo:

"Segundo a Justificação que se fez perante mim por se ter extraviado alguns assentos dos Baptimos desta
freguezia do Salvador de Ramalde,
no tempo da Guerra do Cerco do Porto, Determinou o Excellentissimo Reverendissimo Senhor Bispo do Porto, por portaria de mil oito centos e cincoenta e oito, vista a justificação dos Padrinhos
Lançarsse no Livro dos Baptismos o assento do Thior seguinte --"

E porque é que isto é importante para a pesquisa de ancestrais?? Porque entender o que poderá ter acontecido permite que não percamos a esperança de encontrar o registo em falta e também que é preciso procurar noutros anos, quem sabe 20 ou 30 anos depois. Muitas vezes só se descobria que o batismo estava em falta quando o processo de casamento era iniciado. Não desista. Tem que estar em algum lado. Boa sorte!

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